Sou casada há 30 anos, tenho duas filhas 23 e 19 anos.
A minha filha de 23 anos, chamo de, a primeira! Desde criança, ela é muito agarrada ao pai e vice-versa. Comecei a perceber que existia algo muito mais além de filha e pai, quando ela completou 16 anos, passou a disputá-lo comigo, tomou o meu lugar na cama, tomou a frente das decisões na casa, tomou a frente do orçamento da casa, enfim... inverteu o papel! Ela mandava e desmandava com o aval do pai. Hoje ela é a mulher do pai, eu sou apenas uma pessoa que estou ali, talvez, atrapalhando um relacionamento amoroso.
Acredite! Estou escrevendo e chorando muito! Custei a desabafar com alguém, e este desabafo está me fazendo muito bem, esse meu choro estava preso há anos! Marta tenho certeza do que estou falando, eles viajam sozinhos, juntos, fazem tudo juntos, e minha filha com 23 anos teve apenas um namorado o qual o pai morreu de ciúmes e a fez terminar o namoro. A minha segunda filha é uma moça triste e portadora de uma doença autoimune desenvolvida devido a rejeição do pai, o relacionamento deles lhe causa a sensação de rejeição pois, ele só tem olhos para a filha número um.
Para chegar à conclusão que cheguei, precisei passar por muitas situações humilhantes, e hoje cansada, exausta e humilhada, pedi a separação, sendo que eles não querem sair da casa e querem que eu saia com a minha filha número dois.
É muito abuso uma filha tratar e agir com a mãe dessa forma só por estar apaixonada pelo pai e vice-versa.
Nossas viagens, festas, encontro familiares... eram insuportáveis pois, as coisas tinham que funcionar do jeito que ela queria, ela dava as ordens e o pai acatava e tinha que ser do jeito dela! Chegou ao ponto de ninguém querer mais a presença dela nos ambientes pois, se tornou uma pessoa arrogante, autoritária, antipática e insuportável.
Erramos muito da criação dela por ser a primeira filha, sempre fizemos de tudo, sempre fizemos tudo que ela quis, eu me incluo nisso Marta, pois os seus primeiros 10 anos de idade eu a papariquei muito, inclusive não tinhamos muito cuidado com a nossa segunda filha, tudo sempre era para nossa primeira filha, e foi aí que eu errei muito e ele também, e hoje estamos vivendo esse horror em nossa casa, onde uma pessoa que não teve limite desestruturou toda uma família, erramos muito da criação dela por ser a primeira filha.
Enviarei para você, Marta, mais um relato concluindo tudo que decidi daqui para frente.