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13/10/2019

QUASE MORRI DE DEPRESSÃO

Meu nome é Janette, tenho 62 anos e moro no Rio de Janeiro em um bairro nobre.
Marta, o que eu vou relatar é um episódio da minha vida no qual eu tentei por um tempo esquecer, mas devido ao grande número de pessoas sofrendo de depressão resolvi contar-lhes o que sofri com a minha depressão e como me curei, SOZINHA!.
Fui criada em uma família de classe média, morava na Zona Sul, no Rio de Janeiro, tenho três irmãos e sou a primogênita.
Até os meus 12 anos de idade eu era feliz, alegre, comunicativa, interagia bem com as pessoas, até que conheci um rapaz aos 13 anos de idade, e tudo mudou.
Fiquei extremamente apaixonada por ele, era um homem ciumento e possessivo, tomou posse da minha vida! Em menos de 6 meses de namoro, eu tornei-me uma prisioneira! Pois ele, não deixava eu usar as roupas que gostava, não deixava eu me comunicar com as pessoas, não podia sair e nem ter amigas, eu vivia trancada dentro de casa por ordem dele, era da escola para casa e de casa para escola, nada mais!
Fiquei com ele até os meus 19 anos, época  que descobri que ele era usuário de drogas, e ao mesmo tempo, passei para Faculdade e fui estudar fora do Rio de Janeiro. Foi um momento difícil em minha vida, pois ele não aceitava o rompimento e começou a me perseguir.
Sentia muito medo por mim e pela minha família por ele ser drogado, ele fazia coisas horríveis para que eu voltasse para ele.
Com isso desenvolvi a DEPRESSÃO e em seguida a Síndrome do Pânico.
Estou falando da década de 90, onde não tinhamos informações sobre esses problemas, não sabia como tratar e nem qual médico procurar! Meus pais e meus irmãos, não acreditavam que eu estava doente e diziam que era frescura e que eu precisava me divertir, procurar o que fazer, só que eu não tinha vontade de fazer absolutamente nada! Eu sentia medo de tudo e de todos, só queria ficar trancada no meu quarto e não ouvir a voz de ninguém e nem ver o sol nascendo e nem se pondo.
Confesso que foi a pior fase da minha vida, pois quando entrei para a Faculdade eu estava sendo muito cobrada pelos meus pais e pelos meus avós, pois dos irmãos eu era a mais estudiosa, e a cobrança foi muito grande para que eu entrasse em uma Faculdade do Governo.
Então passando por todo aquele sofrimento emocional e sentimental eu tinha também que estudar que nem uma louca para não decepcioná-los.
Era tanta pressão no meu peito e na minha cabeça que parecia que eu iria enlouquecer.
Morando longe dos meus pais, em outra Cidade, e não podendo contar mais com a proteção e ajuda de ninguém, eu resolvi que sozinha iria vencer aquele aquela DEPRESSÃO e o Pânico, insuportável que só fazia com que eu pensasse em tirar a minha vida.
Não queria tomar Diazepam e similares, muito menos chegar ao nível de Sertralina, segundo uma amiga deprimida fazia uso.
Não podia pagar um tratamento terapêutico ou psiquiátrico, foi então que busquei dentro de mim a força que eu precisava para me curar, eu estava a beira de cometer o suicídio.
Entrei para uma escola de música, pois eu adorava tocar violão e cantar, não comentei com ninguém sobre a minha doença, pois não queria ser julgada e nem olhada como coitadinha! Comprei  um violão e contratei um professor que pudesse me dar duas horas de aula por dia. Em pouco tempo eu já estava fazendo planos de tocar em eventos da Faculdade. Tive a sorte de ter um professor alegre e muito brincalhão, me ensinou a cantar e tocar músicas alto astral, me levava à eventos de música,  praticamente a minha vida passou a ser Faculdade e Bares, onde eu também tocava e cantava, dando uma palinha para os clientes.
Foi mágico! A partir do momento que eu tirei o foco em coisas que me destruíam e me voltei para algo que eu amo fazer, senti que aquele peso que eu carregava nas costas, de querer agradar aos meus pais e aos meus avós e ao mesmo tempo ainda ligada a um ex-namorado que só me fez mal, resgatei aquela mulher que até aos 12 anos de idade era feliz e alegre.
Sabe Marta, muitas vezes, pessoas que nos cercam, nos levam a ter essas doenças, essas síndromes, pois cobram coisas que não podemos cumprir e nos cobram ser o que não somos! Posso dizer que hoje, sei exatamente que os meus pais, meus avós e o meu ex-namorado, foram os grandes responsáveis por eu ter desencadeado a depressão e a síndrome do pânico.
Havia passado para Faculdade de medicina só para agradar aos meus pais e meus avós, até isso, mudei! Desisti da medicina e fiz a Faculdade de música, que era o que eu realmente queria ter feito, só não fiz porque iria magoá-los.
Resumindo! Descobri o gatilho que acionou tudo de ruim em mim, mas ao mesmo tempo, descobri sozinha a minha cura! Foi a partir do momento que eu resolvi me assumir, assumir a pessoa que eu sou, assumir o que eu vim fazer neste mundo, e acima de tudo, me fazer feliz , por mais que os nossos pais e avós sejam pessoas importantes em nossas vidas, eles não podem mandar nas nossas decisões e escolhas, porque estamos fadados a sermos a vida inteira frustrados e infelizes, então amigos que estão passando por depressão e síndrome do pânico, seja você, assuma o que você quer ser e como você quer ser, independe se você vai agradar ou desagradar alguém, é você e a sua vida que estão em jogo! Ninguém mais te ama, como você mesmo! Dei a volta por cima e me  tornei mais tranquila, calma, relaxada e disposta.

O segredo da rápida transformação foi a CORAGEM!
Levante-se e reaja enquanto é tempo! Você pode se libertar de tudo isso, basta

VOCÊ ser VOCÊ!

Obrigada por esse espaço tão importante que nos ajuda a abrir a alma nos dando leveza no coração!

#amoreconflito