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O DIA EM QUE SAÍ DE CASA

O DIA EM QUE SAÍ DE CASA! O dia em que saí de casa, leivei comigo a coisa mais importante! A minha dignidade! Vejo o quanto a vida material ...

04/02/2020

VIVO SOZINHA, PORÉM SOU FELIZ!

Marta, 
Escuto muitas pessoas se queixarem de solidão. Fui casada durante 22 anos, meu marido faleceu há 4 anos atrás, tenho dois filhos, são maravilhosos, não posso me queixar, mas como todo jovem, pensam neles, 24 horas. Ainda são solteiros e moram comigo. Mas a minha casa é vazia. Pois eles entram para dormir e nada mais! Às 6:30 da manhã, eles saem, e voltam, só Deus sabe quando!
Então não posso dizer que eu tenho a companhia deles, finais de Semana, eles viajam com os amigos, e continuo aqui no meu cantinho, solitária!
Ao perceber que a minha vida estava girando em torno deles e que esse abandono estava me fazendo adoecer, resolvi ressignificar meus valores.
Não fico me vitimizando, me fazendo de coitadinha, chorando pelos cantos da casa e nem chantageando-os, não acho justo! Eles são jovens e precisam sim, viverem livremente a juventude deles.
Foi quando resolvi entrar para um grupo de voluntárias que cuidam de idosos.
Meus dias são dinâmicos pois, viajamos para vários lugares, visitando Lares para a melhor idade.
Confesso que morria de medo de envelhecer, hoje vejo que há muitos idosos que são felizes e que vivem plenamente seus momentos, e não seus sonhos.
Entendi que depois de uma certa idade, não temos mais que sonhar e sim viver tudo que nos for possível! Não rejeitar convites para festas, encontros com os amigos, viagens, passeios até mesmo, acompanhar alguém abandonado em um hospital.
Enquanto muitas mães se queixam da falta de atenção dos filhos, eu posso afirmar para vocês, que eles me ajudam a me tornar uma pessoa melhor a cada dia, pois se nada disso estivesse acontecendo, talvez eu estivesse os paparicando, exigindo que eles tivessem um comportamento e uma postura que eu julgasse mais correta, e com isso, causaria a minha infelicidade e a deles.
Vejo lares infelizes onde os filhos não suportam conviver com os pais e vice-versa.
Marta, assisti um vídeo seu, incrível, onde você relata o problema que estou passando, tive a impressão que você conhecia a minha história e escreveu para mim.
 E o que mais me marcou foi quando você disse! "Mãe, faça as contas de quanto tempo lhe restam com saúde e mobilidade e veja se é justo você perder esse pouco tempo que lhe resta.
Nossa! Foi uma porrada na minha cara! E foi o que fez eu levantar e cuidar da minha vida. Hoje tenho um grupo de amigas felizes, viajo muito e conheci vários lugares que nunca sonhei em conhecer. 
Cuido de pessoas maravilhosas que cuidam de mim também. Proporciono ajuda física e eles me proporcionam ajuda emocional e sentimental.
Só tenho a lhe agradecer por esse espaço, e poder desabafar,  e por todas as coisas boas que você faz, por pessoas como eu.
Beijos no seu coração.

# amoreconflito